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Em meio aos desafios, encontro com Ministra fortalece a luta das mulheres

A luta das mulheres por igualdade salarial e pelo fim da misoginia no Brasil ganhou força nesta quarta-feira, 27, em São Paulo quando cerca de 600 mulheres dirigentes da Força Sindical, entre elas as diretoras do Sindicato, receberam a ministra das Mulheres Cida Gonçalves, em Encontro organizado pela Secretaria das Mulheres Gênero da Força Sindical. Os desafios foram inumerados pela ministra, que, a todo momento, mostrou disposição para avançar com as demandas.

Sobre a Lei da igualdade salarial, Cida Gonçalves discorreu sobre as dificuldades para tê-la sancionada ainda em 2023. “Não foi fácil negociar nas comissões da câmara e do senado. Era dia e noite negociando”, disse ela que chegou a ouvir de um senador que tem comércio e disse não ser possível pagar salário igual para seus trabalhadores (um homem e uma mulher).  

Em seguida destacou que, agora, estamos no desafio de implementar a lei, e não está fácil, porque as empresas querem “judicializar. Por quê? Porque vai ficar transparente quanto cada um ganha”, contou ela, que enfatizou: “se você não paga salaria igual, não é o governo o responsável”.


Para driblar a choradeira das empresas, a vice-presidente do Sindicato, Mônica Veloso, considera de extrema importância a atuação do movimento sindical. “Os sindicatos têm papel importante para colaborar com a implementação desta Lei. Podem, por exemplo, priorizar essa questão na pauta de negociações e atuar para que o cumprimento da Lei esteja na convenção coletiva”, reforça.


Vale ressaltar que as empresas com mais de cem trabalhadores terão de prestar informações sobre seus quadros até a próxima quinta-feira, 29, para que a desigualdade salarial entre mulheres e homens seja fiscalizada.

Brasil sem Misoginia


A ministra enfatizou que combater a misoginia também é prioridade do governo. “Minha estratégia é correr o país ouvindo os movimentos e as pessoas, para a partir desta escuta transformar em políticas públicas e organizar a Conferência de Políticas para as Mulheres de 2024”, disse.

Ela ressaltou que as consequências da desigualdade chegam num outro patamar. “Discutir a questão da violência contra as mulheres, é discutir a falta de valorização desta mulher”, enfatizou.


Cida Gonçalves destacou o crescimento da intolerância no Brasil, inclusive, sob as mulheres. Segundo ela, ninguém mais quer se meter em briga de marido e mulher.  “A gente chegou a avançar. Até 2015, a maioria das pessoas não tolerava violência contra a mulher. Quando eu assumo agora, ninguém mais quer se meter. Nós só vamos enfrentar a violência contra as mulheres se nós nos metermos”, alertou.

A diretora do Sindicato Creusa de Oliveira observa que, dentre as vítimas de violência, as mulheres negras são as que mais sofrem. “Como a ministra disse, as mulheres negras são as que mais sofrem violência. Isso diz muito sobre a nossa sociedade, em que a maior parcela da população é negra e pobre”, disse Creusa de Oliveira, que defende um trabalho de sensibilização e empoderamento destinados para as mulheres negras e pobres.


A ministra, então, chamou atenção para os indícios de uma mulher que sofre violência. Tem sintomas, tem amostra. Tem mulher com olho roxo, a que está se separando, a que não fala com ninguém, a mulher isolada, aquela que falta muito no trabalho, a que não consegue corresponder algumas coisas, aquela que se afasta. Gente, tudo isso são mensagens que são dadas. E a gente está preparada para enxergar isso? Se não, ela sofre a violência moral, psicológica, isolamento, vai para física até chegar no feminicidio. Mas não temos nada a ver com isso”, chamou atenção.


Além de Mônica e Creusa, representaram o Sindicato no Encontro a diretora Etelvina Guimarães (Teca) e o diretor do Sindicato Marcel Simões.



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