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Pedro Alves Benites -  Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Suzano e 2o Tesoureiro da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo

Queremos uma economia forte

A Câmara dos Deputados aprovou a chamada Medida Provisória da Liberdade Econômica, que promove uma série de alterações nas relações de trabalho no Brasil. Os principais pontos dessa MP já foram detalhados pela imprensa, mas um ponto principal está chamando atenção. Afinal de contas, quando terão início os reflexos positivos dessas medidas aprovadas pelo Governo Federal? Em outras palavras, quando a economia vai voltar a crescer, gerando bons empregos? É isso que importa.

 

Em novembro de 2017, o Governo Federal aprovou a Reforma Trabalhista, com uma série de mudanças na legislação e várias perdas de direitos para os trabalhadores brasileiros. Na época, a argumentação era de que essa medida seria capaz de estimular a economia, tirando o Brasil da crise. O país tinha 13 milhões de desempregados naquela ocasião. Passaram-se quase dois anos, mas a promessa não se cumpriu. Os dados mais recentes do IBGE mostram que continuamos com essa taxa de pessoas sem trabalho.

 

Já em 2019, tivemos a Reforma da Previdência. Mais uma vez, o Governo Federal afirmou que a proposta seria importante para que a economia brasileira recebesse novos investimentos e saísse do atoleiro. A reforma foi votada, está praticamente aprovada e mais uma vez os trabalhadores perderam direitos, com as aposentadorias ficando cada vez mais distantes para homens e mulheres. Novamente surge a questão: qual o impacto dessa reforma para a geração de empregos e de renda? Por enquanto continuamos esperando os resultados.

 

A nova Medida Provisória do Governo Federal segue este mesmo caminho. São mais alterações na legislação, sempre com o discurso de que as pessoas terão mais empregos, salários melhores, que haverá mais progresso. O Ministério da Economia divulgou que a aprovação dessa MP deverá gerar 3,7 milhões de empregos em 10 anos. Fazendo as contas, isso significaria 370 mil empregos por ano. Seriam pouco mais de 30,8 mil novos postos de trabalho por mês, isso em um país com 13 milhões de desempregados. Sinceramente, é muito pouco.

 

Todos queremos uma economia forte. Isso significa empresas pequenas, médias e grandes com produção aquecida, o comércio vendendo, o trabalhador com dinheiro para gastar. Isso faz a engrenagem da economia funcionar e traz benefícios para todos. Basta ver como exemplo o final do ano: quando os trabalhadores recebem o 13º salário, todo o mercado se aquece. As lojas vendem mais, encomendam mais produtos aos fabricantes e novas contratações acontecem. O sistema capitalista depende de dinheiro circulando para produzir frutos.

 

Estamos aguardando medidas do Governo Federal que estimulem essa estrutura. Por enquanto, porém, estamos vendo somente ações que retiram direitos e diminuem o poder de compra dos brasileiros. Sem dinheiro para gastar, como as pessoas vão comprar? O resultado são lojas fechando, as empresas demitindo e uma recessão que já se arrasta há anos, sem perspectivas visíveis de mudança. Queremos um país que cresça e ofereça oportunidades a todos: empreendedores, comerciantes, trabalhadores, homens, mulheres e jovens. Queremos uma economia forte.

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