É preciso enfrentar a realidade!
O mundo do trabalho tem sofrido profundas mudanças nos últimos tempos. Novas e novas formas de relações entre patrões empregados têm surgido e se colocado de forma quase que irreversível em um mercado que vive em permanente mutação. Tecnologia, força de trabalho não especializada, individualização, concorrência e uma dinâmica insana de consumismo têm engolido cada vez mais a noção de grupo, coletividade ou solidariedade em uma estrutura social baseada no “salve-se quem puder”.
Difícil imaginar até que ponto o próprio sistema irá suportar esse mecanismo que cada vez mais exclui as pessoas daquilo que ele mais precisa: trabalho; renda e consumo. Existe uma enorme contradição nisso tudo. A concentração de riqueza na mão de poucos é cada vez maior, enquanto a gigante maioria da população mundial está cada vez mais empobrecida. Em países como o Brasil essa realidade é ainda mais perceptível e selvagem.
Pois bem, o que se há de fazer? Certamente muita coisa! E cabe à sociedade civil organizada em suas instituições esse papel de reorganização das coisas. Cabe a cada um de nós buscarmos propor novos modelos mais civilizados e inclusivos que procurem retomar valores de direitos fundamentais de fato: trabalho decente com bons salários; distribuição de renda e oportunidades para todos. Não é mais possível acharmos “normal” que o mercado dê as cartas em um jogo cada vez mais desigual.
Neste sentido, cabe aos sindicatos, em particular, assumirem novamente o papel de protagonistas na reconstrução de uma consciência de classe e de unidade entre os trabalhadores. O tempo é agora. Desde sempre vivemos em uma sociedade baseada no trabalho e, portanto, organizar e fazer com que os trabalhadores sejam aqueles que se beneficiem da riqueza que produzem é nossa obrigação. Pensarmos e propormos alternativas já é um ótimo começo para buscarmos mudanças positivas.
Claudio Magrão
Secretário Geral da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região
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